sábado, 19 de dezembro de 2009

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DESPEDIDA DA FLORESTA


A DENSIDADE DO VERDE AMAZÔNICO VAI FICANDO PARA TRÁS

E A ESPERANÇA DE UMA MUDANÇA TAMBÉM,

PERDIDAS NAS ONDAS DE UM BATELÃO.

ELAS FICARAM JUNTAS,

NO FUNDO DE UM RIO DE ÁGUAS BARRENTAS,

ENVOLTO POR PASTOS E FUTUROS PASTOS.

COM SEU PASSADO E SEU PRESENTE EM FLUXO CONTÍNUO.


EXPLORARAM SEU NOME, SUA IDENTIDADE, SEU FUTURO.

EXPLORARAM SEUS BICHOS, SEUS MITOS, SEUS ÍNDIOS.

FIZERAM ESCORRER A TUA SEIVA BRANCA.

E DELA FIZERAM TUA FAMA.


AQUI, A REALIDADE CONFUNDE.

MAS, NO FUNDO NO FUNDO,

É TUDO A MESMA COISA.

VACAS, MADEIRA, EXPLORAÇÃO, IGNORÂNCIA...

EXCLUÍDOS EM BUSCA DE UM PROGRESSO.

SHOPPINGS, HIPERMERCADOS..

LIXO E MAIS LIXO.


SOMOS SUSTENTÁVEIS!!! – DIZEM ELES

NOSSO BOI É VERDE, NOSSO ÁLCOOL TAMBÉM

E A ESTRELA QUE BRILHA POR AQUI É VERMELHA.

COMO A LÂMINA IMPIEDOSA DAS MOTO-SERRAS

QUE PARTE AO MEIO AQUELES SONHOS DO RECOMEÇO.


DESEJOS SUFOCADOS NO CHORO DA MATA

HABITADA POR GENTE QUE CHORA COM ELA

RAIMUNDO, IRINEU, SEBASTIÃO, GABRIEL

AQUELES QUE AINDA FAZEM A LIGAÇÃO.

JAGUBE, RAINHA, FLORESTA.

E ATRAVÉS DE TUAS MIRAÇÕES

FAZEM A PASSAGEM

DO CONHECIMENTO, DO RESPEITO, DA DOUTRINA,

DO SABER.


E ASSIM VAMOS EM FRENTE

COM A CABEÇA MAIS ALTA QUE ANTES,

SEMPRE LEVANTADA E DESPERTA,

PRA ESSE MUNDO QUE ACORDA TODOS OS DIAS

COM UM ENORME DESEJO DE CONTINUAR VIVO.